Uma alma doente



Esse texto foi escrito em 07/2006, é baseado em alguns fatos reais do período em q passava e outras coisas são fictícias; esse texto fez com q um amigo q também escrevia se sentisse "enojado", dizendo q era um texto porco e outras depreciações, meses depois ele me apareceu com um texto semelhante :) Essa é a versão censurada, 4 anos depois, tenho vergonha de muita coisa q escrevi! :)

Terceira noite que não consigo dormir bem, me sinto como um zumbi que vaga neste mundo e que necessita cair, parentes na minha casa só aumentam meu desconforto, sou acostumado a apenas ter a presença da minha mãe, não tenho papo. Me calo. Me sinto fora do meu próprio aquário, as lágrimas caem e enche-se esse aquário o que me faz junto com a água transbordar para fora do meu próprio mundo. Ando um pouco pelas ruas. Vejo rostos sorrindo, pernas ligeiras, faces com olhares ansiosos e calcanhares apressados e eu a passos lentos observo o corre-corre da multidão. Pareço estar estático em um mundo que corre rumo a involução ou evolução. Não há progresso. Peças teatrais na gaveta, shows pouco divulgados, eu dentro do meu mundo, fora de mim. Desempregado. Não me lembro o q era pior...ser visto como um inútil aos olhos dos que não conseguem ver meu coração ou ter que levantar diariamente cansado de fazer nada e receber um salário que não é nada! Corro por experiência e evolução, encontro burocracia e tédio.
Esquina da Dor, encontro com meu amigo Limes, seu espírito se assemelha com o meu. Não somos iguais. Limes usa um óculos exótico vermelho, talvez veja o mundo vermelho, meu globo ocular já é vermelho, Limes oculta uma conjuntivite com seus óculos vermelhos. Olho pra lente, lembro de uma idéia maluca...construção de uma piscina com azulejos vermelhos ou cinza, olho pro céu...azul, azul me lembra ilusão. Verde é esperança? Fumaça exala da erva verde, a esperança é tingida de vermelho em alguns olhos. Apenas 14 anos ao meu lado, pele preta, pupilas dilatadas, branco dos olhos já vermelhos e o verde vira cinzas...Minha mente viaja movida a depressão e literatura dita "insana", volto minha atenção a Limes. Fico receoso em colocar os óculos vermelhos nos meus olhos devido a conjuntivite. Limes nega emprestar-me. Mescla de preocupação comigo e vestígio de apego a algo plastificado. Respiro fundo, alívio. O papo é curto. Volto para minha casa. Consigo deitar as 23 horas. Meu nariz constipado por uma gripe forte e persistente. Meu pulmão falha. Minha voz gravada no gravador de voz me assusta. Corpo de 23 em uma respiração que se assemelha a um velho em estado terminal vítima de enfisema pulmonar. Me lembro do meu pai. Causa da morte: Problemas respiratórios. Acho que optarei em morrer antes de ter que enfrentar todo sofrimento que ele passou. A velhice me assusta. Tudo que me deixa com sensação de impotência me assusta! Me lembro do carro vindo em minha direção, não pude fazer nada! Apenas esperar a colisão. Tentei 2 provas para tirar a carteira, mais de 1000 reais gastos. Detesto trânsito. Desisti. Na noite lembro da vadia que me abandonou por ao invés de levá-la a uma cara boate, a convidei para ir a uma palestra sobre Teatro do Absurdo e ela achou um absurdo!
Meus olhos fecham por alguns minutos. Acordo com meu nariz fazendo um estranho barulho, o catarro impedia minha respiração. Meus olhos estavam colados por uma enorme camada de "excreção nos olhos" (remela). Tentei abri-los. A dor era imensa. Mentalmente temia morrer sem poder respirar. Esqueci o lenço em cima da mesa. Tentava parar o vício de me masturbar. Já fazia duas horas que eu tinha uma pequena vitória contra minha cabeça de baixo. O pênis endurece. Lembro da minha ex-namorada. Tento tirar a remela dos meus olhos. A agonia é grande. Minha respiração falha. O catarro invade do meu pulmão ao final das minhas narinas. A preguiça e o cansaço me consome. Temo morrer. Venço a preguiça. Me levanto. Busco o lenço. Limpo meu nariz. Graças a Deus minha respiração volta ao normal. Ensopo o lenço de catarro. Coitada da lavadeira. Segundo alívio. Não precisarei mais enfiar o dedo no nariz. Meus olhos continuam presos para ver tudo ao meu redor. Lembro como foi difícil tatear o lenço. Venço a preguiça. Não tenho coragem de pegar no meu pênis. Por descuido volto o dedo no nariz. Estimulo meu pênis com a mão direita. Consigo me levantar. Vou até o banheiro. Minha canela foi alvejada por vários movéis até o meu destino desejado. Tropeço e caio. Acho uma torneira giratória. Meus joelhos no chão me fazem esquecer que eu era mais alto e não costumava lavar o rosto com os joelhos no chão. Nem mesmo quando era membro da Universal. A agonia me faz abrir a torneira sem me preocupar a origem daquela água. Aos poucos as remelas vão sendo removidas. Abro os olhos. Vejo a escuridão. Tropeço. Acendo a luz. Olho pro bidê. Bidê bendito. Antes ele do que o vaso. Volto até minha cama. Lembro de Limes. Será que peguei conjuntivite dele? Meus olhos não estavam vermelhos. Acho que só é excesso de gripe e o catarro tenha virado remela que há 3 noites deixavam minha visão de mundo mais nojenta. Deito no colchão. Pego no meu pênis. Lembro de várias mulheres. Me masturbo. Lembro de uma velha. Tento tirá-la da minha mente. Jogo ela mentalmente no asilo. Gozo. Injustiça me excita. Consigo dormir. Sonho. Transo com minha professora. Acordo feliz. Não acredito que sobrevivi a essa noite. Escrevo esse texto. De 20 em 20 minutos ligo para Limes. Leio o texto. Ele diz que tem que levar a mãe dele para algum lugar. Acho que se excitou com meu texto. Me sinto estranho. Acho que vou enviar esse texto ao jornal. Sonhei comendo minha professora. Me iludo ao crer ganhar dinheiro com textos no Brasil. Continuamos investindo nosso dinheiro em Carnaval, festas Abel Beetles e genéricos. Me excluo. Gaguejo. Tá bom de pôr um fim nesse texto. Fim.
A moral da história fica com você!

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