Semitu

Esse foi um "freestyle" feito em 23/11/2006; não sei se já foi postado por aqui, se ter sido, deve-se a um Word duplicado no meu pc, mas acredito q ainda não tenha sido postado, ele estava sem título, então o batizei hoje de "Semitu" q significa cemitério na língua dos afegãos.

Em cada centímetro cúbico de mar há minhas lágrimas
Em cada coração de revoltados há as mesmas lástimas
Entre caixões lacrados e corpos mutilados
O mundo se olha no espelho e se vê mudado
Diferente de tempos atrás, tempos celestiais
Onde todos se respeitavam e a palavra valia mais q burocracias contratuais
Não pertenço a esse mundo mesmo tendo alma de vampiro
Em meio a tiros, giro e piro pelos malucos q deixaram de lembrança um último suspiro
As suas dores eu aspiro e respiro, mostrando q o cupido me mira a flecha
E nele minha ira eu miro
Asas torradas nas fogueiras, flechas enfiadas em corações de gatos
7 anos de azar no amor, escondido entre flores e matos
Mato minha sorte, transo com a morte e dela surge a vida
Mesmo sendo um bebê esquelético, repleto de feridas
Morto-vivo assim sobrevivo com meu espírito altivo
Nessa selva predadora só sou mais um nativo
Cupiduz jogavam espinhos em meu trilho
As galinhas me seguiam pq do meu bolso caía milho
Mas se acabou o milho e sem milho, vc é considerado um pamonha
Dor e tristeza na trajetória, mas não recorri a maconha
Minha válvula de escape acabou sendo a literatura
Na estante livros e livros e esculturas
Talvez para minha vida a literatura foi a cura
Mas também pode ser a passagem para minha precoce sepultura
Pois quem entenderá malucos como nós?
Quem entenderá nossa voz?
Se no rap o q está sendo valorizado é batidas e levadas veloz
Como querem mudar o mundo se no ouvido dos leigos se dá vários nos
Não se entende a mensagem, apenas sua atitude feroz
Então para se tornar o algoz da história, é um ou dois pós... (1 ou 2 pós = carreira, rapidinho)
Muitas vezes sem nada o q falar, digo muito e não digo nada
Pois sei q minhas rimas para a maioria é “Nada com nada” e não será bem interpretada
Os poetaz 100pre sofrem! E estamos na terra para nossa curta jornada...

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